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UFPA: Vozes internacionais no 1º Cllimaz e no 2º Letrasvivaz
13/09/2024O 1º Congresso Panamazônico dos Professores de Língua, Linguagem e Literatura da Educação Básica (1º Cllimaz) e o 2º Encontro dos Egressos do Profletras da Universidade Federal do Pará (2º Letrasvivaz) ocorrerão de 24 a 27 de setembro, no Centro de Convenções Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, no Estado do Pará. Eles são promovidos pela Coordenação do Programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional (ProfLetras Unidade-UFPA), pelo Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará (ILC-UFPA) e tem o suporte operacional da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
O Cllimaz e o Letravivaz promovem a interlocução entre os diferentes profissionais da área e o pensar do ensino da linguagem para além da gramática tradicional e das variantes prestigiadas da língua portuguesa, além de propor políticas de ensino comprometidas com a ecologia e a sustentabilidade, enfatizando-se a importância da inclusão social, étnica, cultural, artística e escolar, além de discutir ações que combatam as diferenças regionais, explica o professor Marcos Cunha, coordenador dos eventos.
Neste contexto, o professor informa que vozes internacionais do Chile, Colômbia e Peru, além de Gersem Baniwa, professor indígena, integrante do povo Baniwa, que vive nas fronteiras do Brasil, Colômbia e Venezuela, trazem contribuições estratégicas para os processos educacionais que transcendem as fronteiras formais dos países num mundo cada vez mais economicamente globalizado e dominado pelo mercado e as big techs. Estas corporações pautam e hegemonizam as discussões e o pensamento de forma global, além de estimular a política de ódio nas redes sociais, influenciar o consumo excessivo, moldar o comportamento da sociedade e esconder verdades urgentes, detalha.
Para contribuir com a desconstrução desta e de outras realidades impostas, a professora doutora Ana Irene Pizarro Romero, da Universidade de Santiago do Chile, abordará no final da tarde do dia 24 de setembro, entre 16:30 e 18:30 horas, no Centro de Convenções, a temática Amazônias: vozes que precisam falar/voces que necesitan hablar.
Já no dia 25 de setembro, das 16:40 às 18:30, a professora Mariana Aristizábal, da Escuela Normal Superior Marceliano Canyes Santacana, na Colômbia, debaterá o Ensino da linguagem em áreas de fronteiras com educadores dos estados de Pernambuco, Roraima e Amazonas.
No dia 26 de setembro, a partir das 8:30 horas, Gersem Baniwa, indígena, professor e doutor pela Universidade de Brasília (UnB), integrante do povo Baniwa, debaterá, com a participação do professor e ativista ambiental José Manuyama Ahuit, membro do povo Kukama, em Quito, no Peru, a temática Não tem terra sem gente, Não tem gente sem terra.
O professor Marcos Cunha diz que conforme dados Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Amazônia Legal concentrou quase metade de todos os conflitos no campo em 2023. Eles precisam ser debatidos, esclarecidos e os seus executores punidos. Além disso, dos 2.203 episódios contabilizados no ano passado, 1.034 ocorreram na região amazônica, o que repercute nas relações fronteiriças do País. “Estas realidades perpassam pelo desmatamento, garimpo em territórios indígenas e a degradação dos rios. Existem, ainda, a luta para o acesso à terra, os enfrentamentos para combater o trabalho escravo, as imigrações e migrações, além da disputa pelo acesso água potável e os conflitos urbanos e periurbanos. São temas que nortearão o Congresso e perpassam pela importância da educação básica”, reflete.